A função da família

A família atual se encontra bastante confusa em seus papéis e desempenhos. Há tantos conceitos se modificando em nossa sociedade que os pais se vêem perdidos perante as necessidades e exigências dos filhos. Muitas vezes não se sentem com liberdade para agirem como seus próprios pais, tanto por verem neles falhas que não querem cometer como também pela pressão da mídia e colocações de profissionais que dizem que aquela educação “antiga” já não é a mais adequada. Entretanto, os modelos de comportamentos parentais que aparecem atualmente também, em muitos momentos, não se mostram o mais acertado.
Desta forma, este material serve como uma reflexão, não para dizer o certo ou errado (não creio que exista tal colocação, cada um busca ser o melhor que pode com as armas que tem!), e, sim, como considerações para auxiliar na tarefa tão difícil de ser um pai e uma mãe.
O contexto social em que estamos inseridos nos deixa bastante desconfortáveis ao mesmo tempo em que tudo parece tão simples por um lado – portas que se abrem sozinhas, escadas rolantes, fast-food, etc – há, de um outro lado, uma pressão imensa de que para se ter um lugar ao sol é necessário batalhar e batalhar muito! Dentro disso os adolescentes se sentem perdidos, desesperançosos e até mesmo desanimados (muitas vezes não só eles, nós adultos também). Exatamente por isso, o papel da família torna-se tão importante e direcionador. Mas que papel é esse?
A família tem diversos papéis e para cada uma haverá deveres diferentes que dependem do momento histórico, social, religioso e moral em que se está inscrito. Mas há três funções básicas que não mudam mesmo com as circunstâncias acima, são elas gerar amor, conter a dor e manter a esperança.
É dentro de casa que se aprende a ser amado, contido em suas dificuldades e angustias e a se ter esperança de uma vida melhor. Porem, como fazer isso? O que mais desejamos é ensinar tais possibilidades aos filhos e o que
poucas vezes se consegue, e isso não é de hoje e sim um problema que ronda diversas famílias de todos os tempos. A dificuldade se encontra na falta de adultos maduros. É comum encontrarmos adultescentes (adultos com comportamentos de adolescentes) ou pais idosos que são queixosos e doentes. Tanto um quanto o outro não agem como pais das crianças, mas antes ou como amigos ou como avós.
Para que uma criança tenha um desenvolvimento normal, ou seja, para que se torne um adulto maduro são necessários quatro elementos básicos: Função materna, Função paterna, Apego à realidade e Atração afetiva, sexual e intelectual entre pai e mãe.
Nos próximos tópicos há análise de cada um destes elementos. Mas antes, se faz necessário diferenciar função de figura. Quando falamos em função estamos dizendo características de um individuo, não importa se masculino ou feminino, pai ou mãe ou avó ou tia ou qualquer outra pessoa. O que importa é que a função seja exercida por quem se sente mais próximo daquelas características. Por isso leia “mãe” e “pai” como o cuidador que faz aquela função independente de ser ele macho ou fêmea. 

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