Reaprender a viver após uma perda.

       Falar em luto nunca é fácil. É um momento de dor, angustia e tristeza intenso. Onde a depressão fica a palavra de ordem. Tal como na adolescência se espera comportamentos e condições psiquicas que em qualquer outro momento da vida seriam considerados anormais e passivos de tratamento, no luto a condição depressiva é entendida como natural e até mesmo nescessária para elaboração da situação. Pois é muito, muito, muito duro re-aprender a viver sem aquela pessoa tão querida, e quanto mais próxima a pessoa era maior é a dor.
        Desta forma situações como momentos de desespero, desesperança, sensações de que tudo perdeu o sentido, choro, falta de cuidados consigo próprio e com os que ficaram e tantos outros atos são naturais nesta circunstância. Lembrando que cada indivíduo é único e reage diferente frente a dor, alguns se sentem sem forças para levantar da cama, enquanto outros querem viver cada dia com mais intensidade. É assim, cada um é um e vive o momento segundo sua história de vida lhe ensinou, por isso não se pode julgar que um sofre mais ou menos que outro, cada um sofre a sua maneira. 
        Por isso mesmo, algumas pessoas precisam de ajuda nesta hora, quando esta depressão passa a impossibilitar e prejudicar a vida, pode ser necessária uma avaliação psicológica e por vezes também psiquiátrica. 
        A família está num nível de sofrimento tão pesado que não aguenta (e nem se deve cobrar isso de ninguém) escutar um ao outro, cada um está fechado em si. E assim precisa ser, não há como ofertar consolo a alguém quando se está inconsolável. Contudo, conversar, desabafar, chorar e ser acolhido sem julgamentos nem represálias, ajuda muito nesta hora. Por isso um psicólogo pode ser de grande auxílio.
       Não há nada tão doloroso quanto perder alguém que amamos, é encarar a finitude e fragilidade da vida, como pode ser tranquilo? Para quem fica se faz necessário refazer os planos, os sonhos, a vida. Dói muito, porem é possível re-aprender.
        Aos poucos as lembranças tornam-se não mais fonte de tristeza e falta, mas sim de alegria, ficam belas e até mesmo uma fonte de conforto. No início parece impossível de acreditar nesta ideia, contudo, confie, vai acontecer!