A temível volta as aulas...


         As férias são um tempo de grande alegria para a criança. Representa ficar mais em casa, mais próximo das pessoas que ama, num ambiente que lhe é afetivo e conhecido. Os pais também acabam por se dedicar mais a elas e muitas vezes conciliam suas próprias férias com a da criança. Tornando este tempo ainda mais interessante e agradável.
Contudo, vem o temido dia da volta as aulas. E quase todas as crianças, quanto menores mais comum, dão trabalho aos pais e professores nos primeiros dias. É quase como reviver a entrada na escola: é reclamação, choro, birra, escândalo e até o não conseguir ficar no colégio. Por que isso acontece?
Bem, primeiramente porque é viver uma separação. É ter que se afastar de todo um período agradável e rico afetivamente, para entrar num espaço onde há regras mais firmes, alguns desconhecidos e, principalmente, onde terá que dividir a atenção com muitas outras pessoas. Tudo isso não é fácil para a criança.
Na verdade, nem para o adulto. O retorno das férias muitas vezes é vivenciado com angustia e até mesmo pesar, mesmo para os pais.
Entretanto, precisamos voltar. E é de pequeno que se aprende a tolerar sentimentos como desapontamento, contrariedade e frustração. 
Aos pais, cabe entender que este comportamento não irá permanecer caso eles também agüentem. Se os pais cedem a pressão do filho, este se sentirá seguro em permanecer com o mesmo comportamento.
Não é fácil ver um filho chorando e/ou triste. Mas é preciso lembrar que essas frustrações servem para o desenvolvimento emocional da criança. Há tempo de diversão, há tempo de trabalho. Para haver este aprendizado, um quanto de frustração precisará ser enfrentada. E a criança aprenderá a suportar a mesma na proporção em que os pais o fizerem. Ou seja, pais que agüentam o choro, sem se perder nos pedidos do filho. Mostram a eles que entendem sua dor, que também sentirão sua falta, mas que há situações que não se tem escolha, precisam enfrentar. 
Aprendizado que servirá para toda a vida, pois a mesma é feita de frustrações o tempo todo. E conforme crescemos a maior parte dos compromissos não se tem como negociar, ao contrário, temos que vivenciar.
Normalmente após a segunda ou terceira semana de aula a criança se re-adapta e passa a tolerar a saudade, a distância e a dinâmica da escola com mais facilidade. E até a perceber oportunidades agradáveis neste local, como os amigos, as brincadeiras e o próprio aprendizado.
Se após este tempo o comportamento da criança permanece, há indicação de que uma ajuda será necessária. Porém, em geral acalma. 


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