Amor próprio

Muitos pacientes e amigos também, me questionam o que significa amor próprio, auto-estima elevada, se aceitar. Acredito que Érico Veríssimo em Solo de clarineta, descreve muito bem esta idéia:

"O meu amigo mais íntimo é o sujeito que vejo todas as manhãs no espelho do quarto de banho. (...) Estabelecemos diálogos mudos, numa linguagem misteriosa feita de imagens, ecos de vozes, alheias ou nossas, antigas ou recentes, relâmpagos súbitos que iluminam faces e fatos remotos ou próximos, nos corredores do passado (...) enfim, uma conversa que, quando analisamos os sonhos da noite, parece processar-se fora do tempo e do espaço. (...) Sinto, no entanto um pálido e acanhado desconforto por saber que existe no mundo alguém que conhece tão bem os meus segredos e fraquezas, uns olhos assim tão familiarizados com minha nudez de corpo e espírito. Talvez seja por isso que com certa freqüência entramos em conflito. Mas a ridícula e bela verdade é que no fundo, bem feita as contas, nós nos queremos bem."

Isso é se amar! É conhecer-se bem, nas qualidades e defeitos e se gostar apesar delas. Quem se gosta assim, tem mais facilidade para amar aos outros também e aceitá-los como são.

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